terça-feira, 10 de novembro de 2009

FÉ E DÚVIDA


Introdução:
Vivemos em um mundo pós-moderno onde temos a época da fé e da dúvida estabelecida; a fé mistificada tem sido o alvo das pregações contemporâneas, mas a dúvida está estampada no rosto da sociedade atual. De onde viemos? Para onde iremos? Como viveremos? São perguntas cruciais à existência humana como um todo.
A temática deste artigo é discutir essa relação contundente entre a “Fé e a Dúvida” religiosa, pois, o nosso tempo precisa ser aclarado por estas duas palavras significativas. O apogeu do conhecimento em nosso tempo tem sido, acertadamente, caracterizado de “estados permanentes de dúvida” (ESTRADA, 1999, p.9). Ninguém segue mais os absolutos, pois, houve “uma mudança conceitual da verdade” (SHAEFFER, 1981, p.13), e assim, a dúvida dominou a mente dos homens contemporâneos.
O homem ficou abaixo da “linha do desespero” (SHAEFFER, 1981, p.16-17). E este desespero se acentua ainda mais quando o homem cai no mito da neutralidade, ou seja, o homem vive, respira, estuda com o senso de que tem sido neutro em suas interpretações da realidade existencial; sendo assim, afirmam que podem ser neutros no campo da fé ou da dúvida.
A ciência tem sido usada para promover tanto a fé como a dúvida; mas os cientistas ainda insistem na neutralidade. Como alguém já disse: “Como bem sabemos a maioria dos cientistas e eruditos insistem na neutralidade e objetividade da ciência. Postulam em conseqüência que a ciência não está influenciada ou afetada por sentimentos, fé ou critérios predeterminados a respeito da vida”. (RIESSEN, 1996, p.8).
Este tem sido o tempo no qual estamos inseridos como seres pensantes, pastores, teólogos e homens e mulheres que tencionam a clareza e a verdade. Ou ainda, pessoas que buscam sentido e coesão na realidade existencial deste mundo. A fé é questionada e a dúvida é valorizada acima de tudo. O que é benéfico para a religião a fé ou a dúvida?

2 comentários:

Filósofo Calvinista disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Filósofo Calvinista disse...

Caro João:
Excelente reflexão. Creio que uma religiosidade sadia só pode ser construída a partir da dúvida, da crítica, do questionamento. O filósofo alemão Karl Popper já ensinava que "todas as teorias devem ser falseadas (bombardeadas com críticas e questionamentos)pois, se depois disso, ela se mantiver intacta, mas dígna será de ser seguida". Penso que o grande problema do evangelicalismo moderno é "fé de mais". Ninguém questiona, ninguém critica; todos aceitam tudo e todos. São conduzidos, então, pelos "lobos travestidos de ovelhas" como ovelhas ao matadouro, e morrem, de fato, como se diz: "esse povo perece pela falta de conhecimento".
Tudo de bom!